Grândola avança com parcerias para lançar medidas de combate à falta de mão-de-obra
Escrito por Helga Nobre em 3 de Fevereiro, 2020
A criação de bolsas de formação e emprego e o financiamento de projetos de micro-crédito são algumas das medidas que vão ser implementadas por um conjunto de entidades para combater a falta de mão-de-obra no município de Grândola.
“Queremos incentivar a criação de pequenas e micro empresas para dar resposta aos desafios que vamos ter pela frente com os investimentos industriais e turísticos previstos para os próximos anos”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes.
Nesse sentido, o município de Grândola juntou-se ao projeto turístico CostaTerra, à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul (CCAMCA) e ao Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), para, em conjunto, implementarem “medidas de impacte social positivo” e contribuirem para “a capacitação da população” daquele concelho.
“Neste momento temos uma grande carência a nível de carpinteiros, pedreiros, canalizadores, ferreiros e outras especialidades que são muito necessárias, não apenas na construção dos empreendimentos, mas depois na sua manutenção”, acrescentou o autarca que assinou, na passada terça-feira, um protocolo de colaboração entre as quatro entidades.
Na vertente da formação, o protocolo, que envolve o projeto turístico CostaTerra e o IPS, prevê a criação de cursos profissionais, no sentido de dinamizar a educação no concelho e incentivar a futura integração no mercado de trabalho.
“Está a decorrer um curso técnico superior de turismo que é ministrado pelo Instituto Politécnico de Setúbal com o apoio da Câmara de Grândola e da CostaTerra mas vamos criar bolsas de estudo e estágios”, acrescentou.
Por outro lado, a parceria com a Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul, inclui “um financiamento para micro-crédito para a criação de pequenas empresas que possam prestar serviços no âmbito das obras”.
Numa primeira fase, o financiamento de projetos de micro-crédito “contará com um montante máximo de 15 mil euros” dependendo da dimensão de cada proposta.
Além de captar pessoas para o concelho, as medidas que vão ser implementadas , têm como objetivo “estimular a população a criar a sua pequena empresa” para “criar respostas para tudo aquilo que está instalado”.
O autarca acredita que com estas medidas será possível responder à grave carência de mão-de-obra que existe no concelho de Grândola.
“Nos próximos dois anos precisam de cerca de 2 mil pessoas para ocupar os postos de trabalho que vão ser criados. Isto vai revolucionar em termos de emprego o nosso concelho do dizer que algumas destas empresas já estão a comprar terrenos do edifícios para criarem habitação para fixarem trabalhadores”, disse.
Recorde-se que o projeto turístico da CostaTerra, um investimento de 600 milhões de euros do grupo norte-americano Discovery Land Company, prevê a criação de 300 postos de trabalho diretos e cerca de um milhar de postos de trabalho indiretos.