Governo anuncia campanhas para uso eficiente da água
Escrito por Helga Nobre em 22 de Junho, 2022
O Governo vai lançar em julho campanhas de promoção do uso eficiente da água, dirigidas a todos os tipos de consumidores, devido à seca que se faz sentir em todo o território nacional.
As medidas foram anunciadas, terça-feira, pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, no final de uma reunião promovida pela Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca.
As previsões oficiais, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), indicam que 34% de Portugal continental está em seca severa e 66% em seca extrema, e que as previsões de chuva não irão inverter a situação.
Segundo o IPMA, este ano é o mais seco de que há registo (desde 1931) e que só o ano de 2005 se aproximou da situação atual, pelo que a seca meteorológica e agrometeorológica “obrigam a tomar medidas”.
O ministro Duarte Cordeiro garantiu que a água para consumo humano está salvaguardada para dois anos, mas ainda assim o Governo decidiu adotar novas medidas para fazer face à seca, entre condicionamentos de uso de água, a soluções para disponibilizar água em territórios mais afetados.
“Temos de nos habituar a viver com menos água”, disse o ministro, frisando que tal é válido para todos os portugueses e em todas as regiões do país.
Duarte Cordeiro referiu que o Fundo Ambiental tem cinco milhões de euros para medidas imediatas, seja para campanhas de sensibilização seja para outras, como a reativação de captações públicas e combate a perdas de água.
Nas medidas mais estruturais salientou que o plano de eficiência hídrica do Alentejo estará pronto até final do mês e que também está a ser concluído um plano de intervenção para a zona do Tejo e zona Oeste.
Por seu lado, Maria do Céu Antunes disse que das 44 albufeiras monitorizadas, 37 estão com níveis de armazenamento que asseguram a campanha de rega para este ano, e que há sete albufeiras, no Norte, Alentejo e Algarve com limitações.
Na barragem de Santa Clara, Odemira, foi feito o rebaixamento da quota e vão decorrer obras para melhorar a eficiência hídrica.
As barragens de Campilhas e Fonte de Cerne, Santiago do Cacém, estão sem rega e na barragem de Monte da Rocha, Ourique, com ligação ao Alqueva e que vai ter um investimento de 50 milhões de euros, há uma utilização parcial para agricultura, exemplificou.
Maria do Céu Antunes salientou a necessidade de se introduzir mais tecnologia e conhecimento na rega, não só junto dos maiores agricultores, que já a usam, mas também na pequena e média agricultura, e lembrou que há apoios para esse fim.