Fundação Caixa Agrícola da Costa Azul inaugura sede no centro histórico de Santiago do Cacém
Escrito por Helga Nobre em 26 de Julho, 2019
A Fundação Caixa Agrícola da Costa Azul (FCACA) investiu cerca de 500 mil euros na recuperação do antigo edifício dos Paços do Concelho, na zona histórica de Santiago do Cacém, para ali instalar a sua sede, inaugurada esta quinta-feira, Dia do Município.
A cerimónia de inauguração aconteceu 2 anos após a assinatura do contrato de comodato, entre a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a FCACA, para a cedência do imóvel por um período de 25 anos.
De acordo com o presidente da Fundação da Caixa Agrícola da Costa Azul, Jorge Nunes, o projeto compreendeu a recuperação total do edifício, que se encontrava bastante degradado, a conservação de alguns frescos e a adaptação dos espaços, num auditório, salas de exposições e de espetáculos, gabinetes e de um bar.
“Foram feitas muitas alterações à estrutura original do edifício que estava bastante degradado que implicaram a sua transformação porque na maior parte dos compartimentos não existia sequer chão, o que obrigou a um investimento de cerca de meio milhão de euros”, revelou.
De acordo com Jorge Nunes, a Fundação, que passa agora a funcionar na Praça Conde do Bracial, no centro histórico da cidade, vai dar apoio nas áreas social, cultural, educativa e recreativa.
“O nosso objetivo é colaborar em tudo o que possa contribuir para a cultura, para o bem estar das pessoas e a dignidade da condição humana e o bem estar social. No mundo globalizado é lamentável que ainda existam pessoas que não têm sustento suficiente para adquirir medicamentos, e o que pretendemos é fazer a nossa parte para minimizar os efeitos da pobreza”, indicou.
De acordo com Jorge Nunes, o orçamento da Fundação “vai depender dos rendimentos da Caixa Agrícola da Costa Azul” sendo o “excedente” canalizado para a nova instituição.
“As [ações] de caráter cultural e social passa tudo para aqui [Fundação] mas um dos grande objetivos também é esse, ou seja racionar as verbas que a Caixa Agrícola atribui às centenas de associações e coletividades que solicitam apoio anual. A Caixa tem de disciplinar estas verbas e a criação da Fundação vai servir para isso”, explicou o dirigente que atribuiu uma importância significativa à localização da instituição.
“Os centros históricos vão sendo abandonados e um dos objetivos é atrair pessoas para esta zona, daí a criação de um bar que vai estar aberto diariamente. Penso que ficou aqui uma obra-prima apesar das vozes criticas que se fizeram ouvir no início de todo o processo”, sublinhou.
A contestação que se levantou na altura e que deu origem à criação de um movimento pela salvaguarda do património de Santiago do Cacém também foi recordada pelo presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém no decorrer da inauguração.
Em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia, o autarca afirmou que a transformação do imóvel que se encontrava degradado é o exemplo das “boas parcerias”.
“Na altura a única intenção da maioria das pessoas que criaram ruído em torno desta decisão era apenas politico-partidária e, de alguma forma, penalizar eleitoralmente quem tomou esta decisão mas o mais importante é o resultado desta parceria que fez com que este edifício, tão emblemático e carregado de história, ficasse absolutamente recuperado”, referiu.
De acordo com o autarca, “seria impossível para o município de Santiago do Cacém assumir a recuperação do edifício” e, na altura certa, “sentimos que esta era uma decisão acertada e que iria valorizar o edifício e o centro histórico e contribuirá para a dinamização desta área”.
No arranque das suas funções, a Fundação assinou um protocolo com as Misericórdias de Santiago do Cacém, Sines e Grândola, e a Associação Dignitude, representada pela embaixadora Maria de Belém Roseira, para implementar nestes três concelhos uma rede de apoio às pessoas com dificuldades em adquirir os seus medicamentos.
“Permite às pessoas com rendimentos baixos o acesso a medicamentos gratuitos, assegurados pela associação Dignitude e pela Fundação. O protocolo tem um prazo de 1 ano nestes 3 concelhos, vamos ver qual é a dimensão deste custo mas o nosso desejo é estender este projeto aos seis concelhos da área de abrangência da Caixa Agrícola da Costa Azul”, referiu.
O responsável anunciou igualmente a atribuição de bolsas de estudo para os estudantes que queiram ingressar no ensino superior e “tenham boas notas” nas áreas de engenharia agrícola e de economia.
Opnião dos Leitores
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António Lobo de Vasconcellos Em 26 de Julho, 2019 em 17:17
As opiniôes do Sr. Presidente da Camara Municipal de Santiago do Cacém vertidas na inauguração da nóvel e original Fundação Caixa Agricola, no que se refere ao ” movimento que se formou” e numa tomada de posição sobre o mesmo património e que foi de “ruido”, segundo as suas declarações, e de oposição politico partidária para penalizar eleitoralmente quem tomou a decisão, é falaciosa e tendenciosamente enganadora.
Nunca tal foi falado em qualquer reunião em que várias pessoas de Santiago participaram e em que todos, mas mesmo todos os quadrantes politicos estiveram presentes e que nessa altura, estavam como sempre foi frisado, única e exclusivamente a falar de Santiago e do seu Património.
Neste caso o edificado e onde em tempos estiveram os Paços do Concelho.
Aliás se houvesse alguma conotação partidária, jamais eu , como outros , participariamos.
Assim é excusado a qualquer dirigente partidário e ou autárquico vir a aproveitar-se de palco social para chicana politica/partidária.
A única intenção foi e será a defesa do Património de Santiago, dos Santiaguenses e das populações esses sim os Proprietários de tão rico e único Património.
De resto os politicos, presidentes, dirigentes, gestores, etc e os aspirantes a mentores passam, esse património ficará para sempre.
charles hejnal Em 28 de Julho, 2019 em 12:01
mais uma boa decisao do executivo da camara municipal de santiago do cacem, parabens aos presidentes da camara, da assembleia municipal e da caixa agricola !
Donabela Guerreiro Em 29 de Julho, 2019 em 21:12
Subscrevo as palavras de António Lobo de Vasconcelos e lamento que momentos que deviam ser de alegria sejam usados e aqui sim, para fins políticos e para denegrir os movimentos de cidadãos, eu há mais de 30 anos que milito no partido da defesa do património, por isso fico triste com o desplante do presidente mas, os actos ficam sempre com quem os pratica.