Federação dos Bombeiros de Setúbal diz que é importante “repensar e reforçar” comunicações que suportam Sistema Integrado de Emergência Médica
Escrito por Helga Nobre em 8 de Fevereiro, 2022
O presidente da Federação dos Bombeiros do distrito de Setúbal, João Ludovico, disse hoje que o ciberataque à Vodafone na segunda-feira veio revelar as fragilidades da rede de comunicações que suporta o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).
“Esta situação veio identificar que, ao nível do Sistema Integrado de Emergência Médica, há fragilidades porque foi atacada a Vodafone que é a rede que suporta o INEM, causando constrangimentos grandes no pedido de passagem para os corpos de bombeiros, feito através do Siresp, da Proteção Civil, com uma linha para pedidos de serviço e outra para a passagem de dados”, disse o responsável.
Em declarações à rádio M24 o responsável considerou ser “necessário repensar e reforçar” os equipamentos e a rede de comunicações, ao nível do INEM e corpos de bombeiros, para que, numa futura situação, “haja esta capacidade de resposta”, com a possibilidade de “integrar de imediato no Sistema Integrado de Emergência Médica”.
“Se esta situação ocorresse na época mais critica de incêndios florestais em que o sistema Siresp é altamente utilizado nessas intervenções, além de todas as outras na área da proteção civil, poderia verificar-se um constrangimento maior nesta rede e por em causa a passagem de dados ao nível do pré-hospitalar e do socorro através do INEM”, exemplificou.
De acordo com o presidente da federação, as corporações de bombeiros do distrito de Setúbal “estão a corresponder ao que é necessário” e a “receber os pedidos da rede Siresp, através do CDOS de Setúbal” que “fizeram a integração diretamente com o CDOS de Lisboa”.
“Está tudo a correr com normalidade, mas é uma preocupação caso esta linha não estivesse liberta poderíamos ter alguns congestionamento e o socorro poderia ter uma resposta um bocadinho mais lenta do que aquilo que é exigido para com a população”, concluiu.
A operadora Vodafone anunciou hoje que foi alvo de um ciberataque na segunda-feira e disse que não tem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.