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Entrevista: “Vamos distribuir kits com máscaras por todos os domicílios”, revela o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha

Escrito por em 27 de Maio, 2020

O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, admite estender as medidas excecionais dirigidas às empresas do concelho para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19 na economia local.

“Aprovamos um plano de 23 medidas, muitas delas de prevenção e de combate [à pandemia de covid-19], com isenção de taxas para as famílias, isentamos esplanadas, a publicidade e concessões, os direitos de superfícies e admito prolongar. Vamos fazer essa avaliação dentro de duas semanas e eventualmente podemos prorrogar este prazo como forma de apoiar estas empresas”, afirmou.

Em entrevista à rádio M24, o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, adiantou que “foram investidos milhares de euros” na aquisição de equipamento de proteção individual “e continua a fazê-lo” tendo a perspetiva de reabrir os edifícios e equipamentos municipais a partir do próximo mês de junho.

“Temos ainda material em stock e pretendemos continuar a investir nesta área, além da desinfeção de equipamentos municipais e do espaço público. Isto agora é uma sobrecarga acrescida porque temos a perspetiva de durante o mês de junho reabrir os edifícios e equipamentos municipais e isso obriga-nos a ter de os desinfetar com regularidade, e vai acarretar um esforço adicional”, afirmou.

De acordo com o autarca, que destacou “o enorme trabalho” que a Câmara Municipal, em conjunto com as forças de proteção civil, empresas e particulares, “têm vindo a desenvolver no sentido da prevenção e combate à covid-19”, vão começar a ser distribuídos 50 mil ‘kit’s’, com máscaras de proteção, pela população do concelho.

“Vamos distribuir kit’s com máscaras de proteção, uma toalheta desinfetante e um folheto pedagógico a todos os domicílios do concelho. Comprámos 50 mil máscaras como forma de dar um sinal que a Câmara está presente e que é importante o uso da máscara”, avançou.

Devido à pandemia de covid-19, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, prevê uma quebra de receitas nomeadamente, em termos de IMT “porque as pessoas vão comprar menos imóveis”, exemplificou.

“Temos uma perda de receita, ao nível da água, das tarifas várias e de outras que a Câmara deixa de ter e, além disso, a Associação Nacional de Municípios já fez uma avaliação prévia ao cenário dos próximos tempos em que as câmara vão ter uma perda de receita, nomeadamente nos imóveis (IMT), veículos (IUC), e também a novidade, que era o Iva do turismo, também vamos perder”, acrescentou.

Reconhecendo “poupanças” ao nível do investimento nas atividades culturais, como feiras e eventos, o autarca diz que “não compensa nem de perto nem de longe aquilo que é o nosso investimento nesta área”.

Apesar de preocupado com os efeitos da pandemia na economia e com o aumento do desemprego na região, o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém diz-se “otimista” com a retoma dos serviços nesta fase do desconfinamento.

“Estes primeiros meses serão difíceis, até porque vivemos numa região onde o turismo tem um papel importante e, por outro lado, estamos junto ao complexo industrial e portuário de Sines, cujos investimentos poderão derrapar no tempo, mas posso dizer que estou de alguma forma otimista, ao nível do turismo, uma vez que o problema nesta região não se sentiu de uma forma acentuada e se as pessoas vierem e cumprirem as regras não teremos problemas”.

“Se fecharmos tudo podemos morrer da cura e esta fase de desconfinamento vai ser fundamental, seguramente, nas próximas semanas vamos ter os reflexos se as coisas correram bem ou não e se correrem bem temos de ir gradualmente, desde que as pessoas cumpram, temos condições para que haja uma retoma muito mais rápida do que os tempos da Troika”, acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de desativar o Hospital de Campanha, instalado no pavilhão da Caixa Agrícola da Costa Azul, junto ao Hospital do Litoral Alentejano, Álvaro Beijinha, afirmou que “são para manter, por uma questão de prevenção” nos próximos meses.

“Vamos definir uma estratégia para promover um desconfinamento mais acentuado a partir do início do mês de junho. Admitimos que as bibliotecas e museus possam reabrir, equipamentos desportivos, como a piscina, não estamos a perspetivar abrir para já, assim como o auditório, que ainda nos levanta muitas reservas, a sua utilização ainda como cinema, embora não possa ser utilizado para espaço de reunião e encontros”, avançou.

O Parque Urbano do Rio da Figueira “que agora entrou em obras, não vai receber as atividades no âmbito das férias escolares, promovido pela autarquia”, no verão.

“Temos de ter muita cautela com a abertura dos equipamentos, ouvindo as autoridades locais de saúde, porque se a perspetiva é as pessoas estarem afastadas e abrindo estes equipamentos a ideia é juntar, isto tem de ser bem pensado e será melhor aguentar por mais algum tempo e em setembro fazer uma nova avaliação e nessa altura reabrir”, ressalvou.

Quanto às obras, o autarca, reconheceu que “houve alguns problemas” no início da pandemia, dando o exemplo da empreitada da avenida Manuel da Fonseca “que parou algumas semanas mas acabou por reatar”, e outras, como as obras do Cercal e do Parque Urbano do Rio da Figueira “que não começaram logo mas que já arrancaram”.

“Confesso que a determinada altura pensei que ía parar tudo, em termos de empreitadas, mas isso não se verificou”, acrescentou.

No que respeita às atividades culturais e desportivas, que estão paradas devido à pandemia de covid-19, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, admite manter os apoios financeiros “de uma forma geral” e rever “caso a caso” algumas iniciativas particulares.

“Admitimos que algumas iniciativas que não foram feitas em que as associações não investiram não é justo que estejam a receber tudo aquilo para o qual não investiram. Somos sensíveis que, porventura, possam existir compromissos e ter que se pagar uma parte, vamos ter de ver caso a caso. Mas temos o principio de manter a atividade regular, porque as associações têm despesas como água e luz”, sublinhou.

Do ponto de vista “dos protocolos a nossa ideia é manter os apoios”, concluiu.

 

 

 


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