Entrevista: “Temos mais de 1.800 máscaras comunitárias feitas e distribuídas”, revela o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade
Escrito por Helga Nobre em 6 de Maio, 2020
Com o plano de contingência ativo, desde o passado dia 12 de março, a Junta de Freguesia de Alvalade lançou-se na produção de mais de 1.800 máscaras comunitárias para distribuir pela população e comércio local, devido à pandemia de covid-19.
Ao ativar o plano de contingência, a Junta de Freguesia de Alvalade, decidiu reduzir o atendimento e encerrar, em colaboração com a câmara municipal, os parques infantis e de fitness, assim como o cemitério “que neste momento já está aberto mas com um controlo restrito de acesso” e suspendeu o mercado mensal para impedir a propagação do vírus.
“Pelas instituições como o Centro de Saúde, GNR, Bombeiros, Casa do Povo, Serviço de Apoio Domiciliário e ERPI, distribuímos 100 viseiras. Estas instituições tinham mesmo necessidades em arranjar e no início foi fácil adquirir no mercado mas a segunda encomenda já não foi tão fácil porque havia muita procura e agora vamos distribuir mais viseiras pelo comércio local que está a funcionar”, explicou à rádio M24 o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, Ricardo Cruz.
Perante as dificuldades e a escassez deste material, a Junta, em parceria com 12 costureiras da freguesia, já produziu 1.800 máscaras comunitárias.
“Assim que soubemos que as máscaras comunitárias cumpriam um conjunto de regras e ao mesmo tempo, com os tecidos próprios, comprámos vários metros de TNT e através de várias costureiras que se voluntariaram, umas a fazer os cortes e outras a costurar, conseguiram produzir as primeiras 800 máscaras que foram distribuídas pelos funcionários das juntas que andavam nas ruas e pelas pessoas mais vulneráveis”, acrescentou.
As primeiras máscaras comunitárias foram também distribuídas “pelas pessoas mais vulneráveis e pessoas mais idosas, que receberam porta a porta” este equipamento.
Neste momento “já temos cerca de 1.800 máscaras comunitárias, feitas e distribuídas, e muitas pessoas até já têm mais do que duas ou três máscaras para sensibilizar as pessoas que o uso tem de ser regular assim como a sua higienização. As primeiras 800 máscaras foram feitas em tecido amarelo, as segundas foram feitas em azul, as terceiras foram num tecido branco e as quartas, cerca de 300 que estão a ser feitas, vão ser em preto, principalmente, para as pessoas que trabalham”, enumerou.
“Tínhamos cursos de costura a decorrer na Junta de Freguesia, para fazer fatos, e devido à covid-19, as pessoas estavam em casa e sem nada para fazer. Dividimos o tecido e os elásticos, comprados no comércio local, em ‘kits’ de 50 máscaras e davamos a cada costureira e elas íam produzindo”, avançou o autarca.
A medida permitiu “dinamizar o comércio local” que, adianta, “chegou a vender tecido para Beja, Setúbal, Pinhal Novo, Torrão” para produzirem máscaras comunitárias.
A higienização das ruas foi outra das medidas implementadas “com o apoio dos agricultores” e empresas da freguesia “que cederam meios, como viaturas, para garantir que a limpeza é feita pelas duas equipas, formadas por funcionários da junta e por voluntários, entre uma e duas vezes por semana”.
Na área social, a Junta de Freguesia de Alvalade, está a colaborar com o Banco Alimentar Contra a Fome, para responder aos casos mais vulneráveis “que surgiram com a pandemia de covid-19”.