Desemprego regista em março subida de 31% na região do Alentejo Litoral
Escrito por Helga Nobre em 28 de Abril, 2020
O número de inscritos nos centros de emprego do litoral alentejano registou uma subida de 31% no mês de março, em comparação com o mês homólogo de 2019. Este aumento percentual é superior a qualquer outra região do Alentejo que não foi além dos 10 por cento.
O número de inscritos nos centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), do litoral alentejano, atingiu os 3.761 desempregados, no passado mês de março, representando uma subida significativa de 31 por cento, quando comparado com o mesmo mês do ano passado, divulgou hoje o delegado regional do Alentejo do IEFP.
“Fechámos o mês de março com 3.761 desempregados o que quer dizer que tínhamos nessa altura mais 31% de desempregados que no mesmo mês do ano passado, o que é uma subida muito significativa. Tivemos um acréscimo significativo de pedidos de emprego, quer nos centros de emprego de Sines quer de Alcácer do Sal, ou seja na área de abrangência dos cinco municípios do Alentejo Litoral”, avançou à rádio M24, Arnaldo Frade.
Trata-se da “maior subida entre as sub-regiões do Alentejo” que, no mesmo período, registaram aumentos que não ultrapassaram os 10 por cento.
“Temos subidas de 9,7% no Alto Alentejo, subidas de 3,6% no Alentejo central, 2,3% em Évora e, de facto, no Alentejo Litoral a subida é de 31%, sendo mais significativa”, acrescentou.
O Centro de Emprego de Sines, que abrange os concelhos de Sines, Santiago do Cacém e Odemira, regista o maior número de pedidos de desemprego.
“São profissionais com muita experiência, não só nacional como internacional, que com facilidade poderão retomar aos mesmos complexos onde trabalhavam, porque muitos deles são colocados por empresas de trabalho temporário e não pertenciam às empresas onde prestavam trabalhavam, mas estamos em crer que pela formação que têm o perfil adapta-se quase imediatamente ao mercado de trabalho”, adiantou.
No entender do delegado regional do IEFP, estes números são explicados com a atual pandemia que o país e o mundo enfrentam com consequências negativas para a economia.
“Isto deve-se ao quadro que vivemos e ao facto de, do ponto de vista, da economia as coisas terem sofrido um retrocesso significativo em vários setores. Estamos a falar de profissões na área da manutenção industrial, quer no país, quer no estrangeiro, de algumas pessoas da agricultura que vão sendo recolocadas à medida que as colheitas de inverno e de verão vão exigindo mão-de-obra mas depois temos também o setor da restauração e do turismo, devido ao encerramento destas estruturas”, explicou.
Apesar de se tratar de um “quadro negativo” para a região do Litoral Alentejano, o responsável, lembra que nem tudo é mau uma vez que a grande maioria das pessoas que recorreram ao fundo de desemprego “são profissionais especializados” que “em situação normal têm facilidade de colocação”.
“Devemos ter a esperança de que, à medida que possamos aproximar-nos da normalidade, embora no futuro não seja igual à do passado, à medida que as atividades forem sendo retomadas estas pessoas têm o seu lugar no mercado de trabalho e estamos em crer que poderão transitar de novo para o mercado de trabalho com alguma facilidade”, concluiu.