COVID-19: “Temos muitas pessoas com receio de vir ao Hospital” diz diretora-clínica do HLA
Escrito por Helga Nobre em 25 de Abril, 2020
A diretora- clínica hospitalar da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), afirmou que, para fazer face à pandemia de covid-19, foi necessário reajustar os serviços e realocar os profissionais garantindo as respostas adequadas durante a fase de contenção da doença na região.
“Tivemos de reorganizar os serviços e como muitos tiveram de reduzir a sua atividade, conseguimos relocar os profissionais em vários locais diferentes e neste momento temos a capacidade adequada. Na próxima fase, em que vamos alargar a nossa atividade vamos ter de reorganizar tudo e precisamos de manter o empenho dos profissionais e de reforços”, explicou.
De acordo com a responsável, a região do litoral alentejano, que ainda se encontra numa fase de contenção, beneficiou “e muito do isolamento que foi decretado” pelo Estado que “favoreceu a capacidade de resposta” do Hospital do Litoral Alentejano.
“Neste momento temos o internamento dedicado à covid-19, que são 08 quartos individuais que podem albergar até 20 doentes em internamento. Temos a possibilidade de, mantendo este nível de cuidados, abrir mais uma ala para quartos de internamento individual. Também desdobramos a Unidade de Cuidados Intensivos para uma Unidade de Críticos de Covid, que tivemos só 01, portanto tudo depende das necessidades”, acrescentou.
Questionada sobre a redução das consultas externas, a diretora-clínica, explica que o HLA “mantém as áreas de atuação” e “continua com o atendimento”.
“Nas consultas externas cada médico verificou qual a prioridade dos doentes que são contactados, via telefónica, são avaliados em consulta não presencial e se houver necessidade de virem ao hospital, deslocam-se na mesma porque continuamos o nosso atendimento em todas as áreas, diminuido aquilo que são os doentes urgentes ou prioritários”, esclareceu.
Nesse sentido, indicou, “temos menos pessoas a deslocarem-se [ao hospital] e os profissionais que estavam alocados a cada área foram realocados a outros sítios, consoante a especificidade da formação daqueles enfermeiros para outras áreas”.
No entanto, de acordo com a responsável, há muitas pessoas com receio de ir às consultas hospitalares com medo de contágio de covid-19.
“Temos muitas pessoas com receio de vir ao hospital e tem de ser feito um trabalho de esclarecimento a essas pessoas porque como temos as divisões das áreas covid e áreas não covid, e cumprindo as precuações básicas do controle de infeção, a probabilidade de haver uma contaminação em ambiente hospitalar é muito reduzida”, salientou
Nos cuidados de sáude primário “mantemos as consultas de agudos, atendimento das grávidas, crianças e a vacinação”, acrescentou.
“Na nossa Unidade Local de Saúde temos articulado os níveis de resposta. Qualquer pessoa que tenha de fazer um teste, porque necessita de operação ou de fazer quimioterapia, vai-se deslocar à unidade mais próxima da sua área de residência, não necessita de vir aqui ao hospital mas poderá ser a resposta dada nos cuidados de saúde primários”, concluiu.