O concelho de Odemira vai receber nas próximas semanas o reforço da campanha de vacinação, com a administração de mais seis mil vacinas, com o objetivo de abranger o maior número de habitantes possível, divulgou o município.
De acordo com a autarquia, no boletim epidemiológico, “até à primeira quinzena de maio, pretende-se que mais de 40% da população esteja vacinada, de acordo com os critérios estabelecidos, designadamente periodizando os cidadãos por idade e doença de risco”.
Uma das reivindicações da Câmara Municipal de Odemira, na tomada de posição aprovada em 15 de abril, foi precisamente o reforço da vacinação no concelho.
Decorreu, no dia 25 de abril, uma visita ao Centro de Vacinação de S.Teotónio, pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa, Jorge Seguro Sanches, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, o Coordenador do Plano de Vacinação, Vice-almirante Gouveia e Melo, acompanhados pelo Presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro.
Participaram igualmente o vice-Presidente da Câmara Municipal de Odemira Ricardo Cardoso, o Presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, José Robalo, a Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo Litoral, Catarina Filipe, a deputada Telma Guerreiro, a Coordenadora de Proteção Civil Municipal, Lucínia Aires, e o Presidente da Junta de Freguesia de S. Teotónio, Dário Guerreiro.
Depois da visita, seguiu-se uma reunião para avaliar a situação epidemiológica do concelho de Odemira, onde o Presidente da Câmara Municipal de Odemira reafirmou a injustiça do critério em vigor para cálculo do nível de incidência cumulativa a 14 dias da doença covid-19, que não contempla toda a população residente e incide apenas na população recenseada.
Os trabalhadores sazonais das explorações agrícolas em Odemira contribuem “com mais de 50%” na incidência da covid-19 registada neste concelho do distrito de Beja, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal, reiterando a contestação sobre o cálculo das infeções.
Sobre as condições em que vivem os trabalhadores sazonais das explorações agrícolas, com alguns a morar em grupo em quintas agrícolas ou em casas arrendadas, José Alberto Guerreiro explicou que a situação “não se consegue resolver de um dia para o outro”, porque “não há disponibilidade de alojamento imediato no território para que isso se possa alterar”.
Para o autarca de Odemira, a maior urgência hoje tem a ver com a redução das infeções, com o isolamento das pessoas infetadas com covid-19, lembrando que o problema da habitação já está previsto na resolução do Conselho de Ministros n.º 179/2019, que determina a criação de “alternativas de alojamento de trabalhadores agrícolas face à escassez do mesmo nos perímetros urbanos/aglomerados rurais no município de Odemira”.
Dados divulgados na sexta-feira revelam que Odemira é agora um dos dois concelhos em risco muito elevado de contágio, com o registo de incidência acumulada de 991 casos por 100 mil habitantes, ficando só atrás de Vila Franca do Campo (1.357), nos Açores.