COVID-19: Cooperativa SESIBAL pede suspensão da atividade e subsídios aos pescadores
Escrito por Helga Nobre em 20 de Março, 2020
O presidente da cooperativa de pesca de Sesimbra, Sines e Setúbal (SESIBAL), defendeu a suspensão da atividade e a atribuição de um subsídio aos profissionais da pesca, face ao risco de contraírem a doença do novo coronavírus.
Para Ricardo Santos, os pescadores das traineiras da pesca da sardinha estão em contacto permanente uns com os outros nas embarcações, sendo um ambiente propício à propagação da doença.
“As embarcações de pesca do cerco têm a bordo cerca de 15 e 20 homens. Em termos de propagação do vírus pelos tripulantes, que trabalham numa “fábrica do mar”, isto é uma preocupação para os trabalhadores, famílias e toda a estrutura social e humana, que está por perto dos pescadores, como o manuseamento do peixe e a questão das lotas, porque a DGS não disponibiliza máscaras, luvas e antisépticos” para os pescadores.
Em declarações à rádio M24, o dirigente da SESIBAL, que critica a falta de informação do Governo ao setor da pesca, no que respeita a recomendações para prevenir a propagação da doença, diz que os homens do mar estão a tomar decisões pessoais e a correr riscos
“Tem havido uma ausência muito grande, por parte do Governo, de não informar o que vai acontecer ao setor da pesca, se deve ou não ir para o mar, os homens do mar têm ido para o mar, mas por decisões pessoais, mesmo correndo riscos. Isto porque vêem de uma paragem muito grande de seis meses com pouco tempo de subsídio”, disse.
Ricardo Santos lembrou que cerca de 70% das embarcações de pesca que se dedicam à pesca da sardinha estão paradas há quase seis meses e só retomam a atividade no final de maio, devido ao longo período de defeso biológico da sardinha.
Por isso defendeu que deveria haver uma suspensão da atividade e a atribuição de um subsídio aos profissionais de toda a frota nacionalidades.
“Queriamos uma decisão governamental, no âmbito da pesca, em que seria pago um subsídio para as pessoas estarem nas suas casas. Grande parte dos tripulantes, especialmente, em Setúbal e Sesimbra, têm mais de 60 anos, pessoas com problemas cardiorespiratórias e têm um trabalho coletivo, a bordo de uma embarcação”, concluiu.