COVID-19: Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral defende reforço da vigilância nas praias
Escrito por Helga Nobre em 19 de Maio, 2020
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), não antevê problemas de excesso de banhistas nas praias da região “devido à grande dimensão do areal” e defende o reforço da vigilância nas zonas balneares.

Vista da Praia do Malhão
“No litoral alentejano temos um “mix” de praias com uma grande dimensão de areal, entre Troia e a Costa do Norte, em Sines, e também um conjunto de praias de excelente qualidade, médias e pequenas. Os problemas mais agudos podem sentir-se nas praias mais pequenas ou de média dimensão com várias entradas”, disse o presidente da CIMAL, Vítor Proença.
Considerando ser importante sensibilizar as pessoas para as medidas que vão ser implementadas nas praias, devido à covid-19, o também presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, disse ser “indispensável que o planeamento comece em casa” de cada banhista.
“A praia faz-nos bem a todos e ainda mais nestes meses em que a situação de pandemia nos obrigou ao confinamento, por isso defendo ser indispensável que o planeamento comece em casa e não quando a pessoa está à procura de estacionamento para o carro”, acrescentou.
Quanto às medidas anunciadas pelo Governo relativamente à carga e à taxa de ocupação das praias, com uma sinalização “tipo semáforo”, o autarca diz que vai ter de “imperar o bom-senso e o equilíbrio”, principalmente, em algumas praias do litoral alentejano com uma “procura extraordinária nos meses de julho e agosto”.
Relativamente à vigilância das zonas balneares, o presidente da comunidade intermunicipal, que integra os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira (Beja), defende a necessidade de minimizar os riscos dos banhistas com um reforço de nadadores-salvadores.
“Os banhistas têm de ser defendidos principalmente nas praias vigiadas e há um défice de nadadores-salvadores no país, e no alentejo litoral, não só com a licença que têm de ter como também no recurso a nadadores-salvadores brasileiros, que não podem vir. Por outro lado temos de fazer face aos riscos dos banhistas e nesta matéria tem de ser encontrada uma solução”, afirmou.
O autarca olha também com preocupação para os concessionários das praias que têm mostrado “muitas dificuldades” no cumprimento das suas obrigações e para os restaurantes junto às zonas balneares, admitindo “eventualmente o licenciamento da ampliação das esplanadas onde isso seja possível”.
“Há uma matéria que não deve ser feita e que diz respeito à militarização das praias, isto é algumas ideias que foram anunciadas e com as quais discordarmos como a colocação de militares das Forças Armadas a vigiar praias e a sensibilizar os banhistas, assim como não concordamos com a utilização de drones para avisar as pessoas”, concluiu.