COVID-19: Autoridade de saúde mantém vigilância aos utentes do lar de Santa Maria em Santiago do Cacém
Escrito por Helga Nobre em 2 de Abril, 2020
O delegado de saúde de Santiago do Cacém confirmou hoje que as autoridades continuam vigilantes em relação aos utentes e funcionários do lar de Santa Maria, da Misericórdia de Santiago do Cacém, depois de uma funcionária da lavandaria ter sido infetada com covid-19.
“Não existem testes e nos laboratórios não há capacidade para dar resposta a tantos testes, por isso estamos a fazer faseadamente mas de uma forma controlada e elaborada, num rastreio orientado. Isto quer dizer que estamos a fazer testes àqueles que tiveram contacto direto com a funcionária doente e a alargar as colheitas de amostras”, explicou.
O delegado de saúde adianta ainda que “na sexta-feira foi feita a primeira colheita de amostras. A segunda colheita foi na terça-feira, dia 31 [de março] e hoje [quinta-feira] estamos a proceder à terceira colheita de amostras também de pessoas do lar, funcionários e utentes”.
“Nenhum dos utentes apresenta sintomas mas estamos a fazer faseadamente àqueles que nos vão sugerindo ser mais importante realizar o rastreio”, acrescenta.
Nos próximos dias, indica, a autoridade de saúde vai manter esta vigilância ativa de utentes e funcionários para garantir que todos estão livres do risco de um possível contágio.
“Assim que tivermos mais material, vamos alargar a mais [pessoas]. Já não é um rastreio por risco de contágio mas sim para garantir que estão todos saudáveis. Neste procedimento, estamos a ir mais longe do que seria habitual por isso é importante realçar que não ficamos pelos contactos diretos para controlar qualquer contacto que tivesse existido”, avançou.
Os rastreios, “estão a ser realizados pelo pessoal da Unidade de Saúde Pública e não por entidades privadas. É a Unidade de Saúde Pública com o seu pessoal e com o apoio de uma enfermeira da Unidade de Cuidados na Comunidade que está a fazer o rastreio. Enviamos as amostras para um laboratório privado mas o material que usamos na primeira colheita foi cedido pelo Hospital do Litoral Alentejano. O rastreio foi feito com credencial do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, esclareceu.
Em declarações à rádio M24 o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém explicou que os 150 utentes do lar de Santa Maria, em Santiago do Cacém, aguardam pela realização dos testes de rastreio embora não apresentem sintomas.
“Ainda não foram [rastreados], isto tem custos e eu aceito que não se tenha de estar a rastrear toda a gente que não tem qualquer sintoma. Temos o lar completamente vedado, está a ser feita a desinfeção de todo o exterior dos edifícios e foi pedido a maior cautela e cuidado aos trabalhadores”, avançou Jorge Nunes à rádio M24.
Sem sintomas, entre os utentes, o provedor “compreende que há outras unidades que enfrentam problemas” e que é necessário “acudir primeiro aos casos que são mais prementes”.
Recorde-se que os resultados realizados aos cerca de 30 colaboradores que trabalham diretamente com a funcionária da lavandaria infetada com covid-19 deram negativo mas, durante a semana, 4 trabalhadores, todos da mesma família, foram colocados de quarentena depois de um deles ter apresentado sintomas.
“Na Misericórdia de Santiago do Cacém os [casos] que eram prementes eram estes 4 que estavam em casa. Um parece que não era assintomático e, só ontem ao final do dia, fizeram testes a três que aguardam os resultados. São funcionários que fazem falta à Misericórdia e havia uma necessidade urgente que se fizesse essa despistagem para se saber se estão ou não infetados”, acrescentou.
Devido ao plano de contingência, adotado pela instituição, foi criada uma sala de quarentena e transferidos idosos que ocupavam essa ala para um turismo rural, propriedade do provedor, em Santiago do Cacém, que aguardam que seja feita com urgência a despistagem à covid-19.
“Esses, em princípio, serão hoje [testados] no centro de rastreio móvel de Sines. Trata-se de um grupo de 12 pessoas, dez utentes e duas funcionárias que estão no turismo rural a dar apoio e estes são urgentes porque estão num espaço particular”, concluiu.