COVID-19: Autarca de Grândola defende mais apoios após inclusão nos concelhos de risco
Escrito por Helga Nobre em 16 de Novembro, 2020
O presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, mostrou-se hoje resignado com a inclusão na lista dos concelhos com risco mais elevado de covid-19 mas considerou serem necessárias mais medidas de compensação para as atividades económicas mais penalizadas.

Imagem de Arquivo
“Já sabíamos há uns cinco ou seis dias que isso ía acontecer, já tínhamos tomado algumas medidas e vamos ver como corre a situação que continua a ter alguma repercussão, embora lenta. Este surto maior teve origem na Misericórdia [de Grândola] que tem mais de 100 trabalhadores que têm as suas famílias e seus contactos que se propagou”, disse.
Em causa está a inclusão de Grândola na lista de municípios considerados de elevado risco de contágio por covid-19, definida por um limite máximo de 240 novos casos em 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, de acordo com o critério do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD).
“Estamos preparados para suportar a evolução da pandemia e quase que me arriscava a dizer que estamos muito à frente de muitos concelhos deste país em termos de medidas, estruturas e condições para evitar que isto acontece mas vamos continuar a trabalhar para combater” a pandemia.
Além de Grândola, no litoral alentejano, mantém-se também na lista os concelhos de Sines e Alcácer do Sal, desde 31 de outubro.
Para António Figueira Mendes as restrições impostas a estes municípios, sobretudo o recolher obrigatório que tem início às 13:00 ao fim de semana, serão muito penalizadoras para a restauração e comércio, e as medidas anunciadas pelo Governo “não são suficientes”.
“Não são suficientes porque já tivemos dois ou três restaurantes encerrados e alguns, neste momento, encerraram por receio e outros porque não se justifica ter o estabelecimento aberto. Não são os 20% da receita que vai dar para pagar luz, água, funcionários e temo que vamos assistir ao aumento do desemprego na área da restauração”, considerou.
Reconhecendo que as medidas que o município de Grândola tem vindo a implementar para ajudar a economia e as famílias, são “estimulantes”, o autarca receia pela economia e fala “num rombo” para o concelho.
Além do recolher obrigatório, os concelhos com risco elevado de transmissão da covid-19 estão sujeitos a outras medidas especiais, inclusive o dever de permanência no domicílio, a obrigatoriedade do teletrabalho, o encerramento dos estabelecimentos de comércio até às 22:00 e dos restaurantes até às 22:30, e a proibição de eventos e celebrações com mais de cinco pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar.
O concelho de Grândola contabiliza 70 casos ativos de covid-19, 82 em vigilância ativa, 96 casos recuperados e dois óbitos, de acordo com os dados divulgados no domingo pelo município.