Comissões de Utentes exigem melhoria dos serviços públicos na região em 2022
Escrito por Helga Nobre em 24 de Novembro, 2021
A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano fez um balanço do último ano, marcado pela pandemia de covid-19, no setor da saúde e apresentou um caderno reivindicativo a exigir melhores serviços públicos na região em 2022.

Tribuna Pública em Alcácer do Sal
“As Comissões de Utentes prosseguirão a sua intervenção com o empenho na defesa dos Serviços Públicos, exigindo o seu reforço, nomeadamente, do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública, passando pelos Transportes Públicos e pela exigência de uma empresa C.T.T 100% pública”, refere, em comunicado, a coordenadora.
No documento, onde são destacadas as principais conquistas dos últimos seis anos, seja através de “diversas ações de luta” ou pelo facto do PS “ter uma posição minoritária na Assembleia da República”, os representantes dos utentes denunciam as “imensas dificuldades” na área da saúde.
“Há utentes à espera de consultas ou cirurgias no Hospital do Litoral Alentejano (HLA) há cerca de 400 dias, são as empresas de trabalho temporário que asseguram o Serviço de Urgência do HLA, o Serviço de Urgência Pediátrica do HLA é assegurado por médicos não pediatras, os médicos de família são substituídos por médicos sem formação específica, faltam cerca de 100 enfermeiros em toda a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e a Unidade de Convalescença do HLA foi encerrada”, apontam.
No setor dos transportes, lembram que está em falta o comboio de passageiros em Alcácer do Sal, Amoreiras-Gare, Luzianes-Gare e Pereiras-Gare (Odemira) e também na linha Sines-Ermidas-Sado (Santiago do Cacém) e que não há um terminal rodoviário em Grândola e Sines.
Defendem ainda a reversão da privatização dos serviços dos CTT e a sua renacionalização, cujo serviço tem “vindo a ser degradado” com “falta de carteiros no quadro de pessoal dos Centros de Distribuição Postal, existindo “zonas na região” do litoral alentejano onde o serviço “só é prestado uma vez por semana”.
Além de médico e enfermeiro de família para todos os utentes e da redução de utentes sem médico de família, de 1.900 para 1.500, os utentes exigem um médico dentista para 2.500 utentes, a implementação de condições para a realização de exames complementares de diagnóstico, como colheitas de sangue em todos os centros de saúde da região.
A reabertura do serviço da Unidade de Convalescença da ULSLA, da extensão de saúde de São Francisco da Serra, em Santiago do Cacém, e do serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Grândola, 24 horas/dia, a construção/reparação das Unidades de Saúde de Vila Nova de Milfontes, São Luís e Sabóia (Odemira), Vila Nova de Santo André e Santiago do Cacém, são outras das reivindicações.
Pretendem ainda consultas médicas regulares nas extensões de saúde, como a de Canal Caveira, em Grândola, a colocação de médicos pediatras no serviço de urgência pediátrica do HLA, 24 horas/dia, o cumprimento integral da Lei dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos nas Consultas e Cirurgias em toda a ULSLA.
A adoção de medidas que atraiam profissionais de saúde para esta zona carenciada “com abertura de concursos com dedicação exclusiva e também com incentivo remuneratório, condições de trabalho e formação contínua”, a abolição de todas as Taxas Moderadoras do SNS, fazem parte das reivindicações.
O reforço de profissionais, como Oficiais de Justiça, no Tribunal de Sines, a reabertura do Tribunal de Alcácer do Sal, o investimento nos transportes públicos rodoviários, a construção de um Terminal Rodoviário em Sines e a reabertura do terminal de Grândola, a construção do Itinerário Principal (IP) 8, entre Sines e Vila Verde de Ficalho, “sem portagens” e a reparação do Itinerário Complementar (IC) 1, entre Palma e Alcácer do Sal, também constam na lista.