Comissões de Utentes concentram-se sexta-feira junto ao Hospital do Litoral Alentejano
Escrito por Helga Nobre em 14 de Dezembro, 2022
As Comissões de Utentes e os profissionais de saúde vão concentrar-se, sexta-feira, junto ao Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, para alertarem para as “diversas dificuldades do Serviço Nacional de Saúde [SNS]” neste território.

A concentração, agendada para as 16:00, surge no âmbito da Semana de Luta que a coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano (CCULA) está a organizar com a distribuição de documentos em defesa do SNS.
De acordo com a Coordenadora, em comunicado, verifica-se que o SNS “atingiu um limiar crítico, limitando o acesso da população a cuidados de saúde condignos e de qualidade”, tendo a região do litoral alentejano “cerca de 15% de utentes sem médico de família”.
A freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, é “o caso mais grave” com “cerca de nove mil utentes (35%) sem médico”, exemplificou.
No documento, as comissões de utentes voltam a alertar para as condições de degradação de “muitas instalações” que necessitam “de ser reparadas”, como os Centros de Saúde de Alcácer do Sal e de Santiago do Cacém, as Extensões de Saúde de Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém), Sabóia e Vila Nova de Milfontes (Odemira).
No entender da coordenadora “é inadmissível” que neste território existam “utentes que só têm direito a cuidados médicos uma vez por mês, como é o caso da Extensão de Saúde do Canal Caveira (Grândola)”.
“No Hospital do Litoral Alentejano há tempos de espera de cerca de 300 dias” para uma “consulta de Oftalmologia”, os “recursos humanos também são escassos”, existindo “um médico cardiologista para os mais de 100.000 utentes”, referiu.
E alertou que, recentemente, “face à agravada carência de enfermeiros, verificou-se o encerramento de camas e atividades, nomeadamente no serviço de Cirurgia do HLA, e foram já canceladas cirurgias, consequência do encerramento de camas imprescindíveis para os utentes operados”.
Por isso, as Comissões de Utentes do Litoral Alentejano exigem “respostas e soluções para os problemas denunciados” e entendem que a população “não pode continuar sem a salvaguarda de um direito Constitucional básico e fundamental como é a saúde”.
Defenderam que é “necessário uma resposta efetiva por parte do Governo para a contratação e fixação de mais profissionais na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e a valorização dos seus direitos e rendimentos”.