Bloco de Esquerda questiona Governo sobre encerramento de camas na ULSLA
Escrito por Helga Nobre em 16 de Abril, 2019
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) voltou a questionar o Governo sobre o encerramento de camas no serviço de medicina da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) por falta de profissionais considerando tratar-se de uma “decisão política”.
“Questionámos o Governo porque o BE defende um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de qualidade e para isso é preciso que a capacidade instalada seja totalmente aproveitada e que sejam contratados os profissionais para fazer com que o SNS funcione em pleno e porque consideramos que o Governo tem os instrumentos legais e orçamentais para contratar os profissionais necessários para reabrir e manter em funcionamento estas camas”, defendeu o deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira.
No requerimento enviado ao Ministério da Saúde, o BE adianta que teve conhecimento de que “foram encerradas 8 camas no serviço de Medicina” da ULSLA e que “aliado à sucessiva perda de camas de convalescença, é também conhecida a carência de profissionais de enfermagem nesta unidade, fatores que em nada contribuem para a qualidade do serviço”.
Recordando que, há cerca de 1 ano, após uma visita à Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, o grupo parlamentar questionou o Governo PS sobre “a impossibilidade da administração em garantir todas as camas em funcionamento” devido à falta de profissionais, o deputado lamenta que a situação se mantenha depois do aumento de cerca 500 milhões de euros no Orçamento de Estado para 2019.
“O OE para 2019 prevê um aumento de cerca de 500 milhões de euros no orçamento do Serviço Nacional de Saúde e parece-nos que isto permite que o Governo faça mais do que aquilo que está a fazer no SNS, nomeadamente que contrate mais profissionais do que aqueles que existem atualmente”, acrescentou o parlamentar.
De acordo com o BE, a “perda de capacidade por parte da ULSLA” é sentida igualmente no Serviço de Urgência Básica de Odemira, uma vez que, “o compromisso por parte do Conselho de Administração de reforçar a equipa com mais enfermeiros para dotar a triagem de Manchester de melhor resposta ainda não se verificou”.
“Sem este reforço a segurança dos cuidados prestados naquela unidade está claramente em risco”, alerta o deputado bloquista.
O BE, questiona se o Ministério da Saúde tem conhecimento da atual situação e se está disponível para garantir que esta Unidade irá ver as suas camas no serviço de Medicina recuperadas e reforçadas.
No documento, o deputado quer ainda saber porque motivo não foi reforçada a triagem de Manchester do Serviço de Urgência Básica de Odemira e se o Governo está disposto a intervir de forma a que esse reforço aconteça, garantido assim a qualidade do serviço e a capacidade de resposta por parte dos profissionais.
A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano é uma unidade do Serviço Nacional de Saúde que serve uma população de cerca de 100 mil habitantes, estendendo a sua ação a 5 concelhos do Alentejo Litoral.