Autarca saúda regresso da Santiagro e exige do Governo medidas de apoio aos agricultores
Escrito por Helga Nobre em 2 de Junho, 2022
O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, saudou hoje o regresso da Santiagro ao recinto do Parque de Feiras e Exposições e exigiu ao Governo a adoção de medidas de apoio aos agricultores para fazer face à seca severa.
“Estamos de volta ao espaço, por excelência, de encontro e partilha entre produtores e produtos, que potencia oportunidades de negócio. Aquela que é a maior montra daquilo que se produz no concelho e na região, um espaço de excelência para sentir e viver a riqueza da variedade e do mundo rural”, afirmou o autarca durante a inauguração da Santiagro 2022.
No seu entender, a partir de hoje, e durante quatro dias, não faltarão aos visitantes do certame “momentos únicos de diversidade”.
“Cientes da importância que a Santiagro assume no contexto da economia do nosso concelho e no contributo que poderá desempenhar para ajudar a alavancar muitas das atividades económicas que muito têm sofrido nos últimos dois anos e meio, tomámos a decisão de realizar” a feira este ano, referiu.
A inauguração da Santiagro realizou-se, esta quinta-feira, no Parque de Feiras e Exposições de Santiago do Cacém, e contou com a presença do Diretor-Regional de Agricultura, José Calado, do presidente do Conselho de Administração da Caixa Agrícola da Costa Azul, Rui Gomes e do vereador da Câmara de Santiago do Cacém, Albano Pereira.
Na cerimónia, o autarca, referiu que a decisão de avançar com “aquele que é o maior e mais importante certame organizado pela Câmara de Santiago do Cacém”, foi tomada com base “na evolução do processo de vacinação [contra a covid-19] do país”.
“É evidente que os eventos desta natureza atraem milhares de pessoas ao nosso concelho e, por isso, essenciais na promoção e valorização dos territórios, nomeadamente na vertente turística”, realçou.
Para Álvaro Beijinha, a Santiagro reflete o “desenvolvimento económico do concelho e da região e dos vários projetos de investimentos já realizados e outros em curso”, dando como exemplo o projeto da Valouro, “que é o maior núcleo agropecuário da Península Ibérica”, representando um investimento de cerca de 125 milhões de euros, o Lagar de azeite da Inoliva, “que é o lagar com maior capacidade de produção do país e um dos maiores do mundo”.
“A AIM CIALA que é líder de mercado na inseminação artificial de suínos que representa cerca de 60% da quota de mercado nacional, a Além Sado, cooperativa de produtores de tomate, com um dos maiores índices de produtividade a nível mundial, a SIAS e a Rações Santiago, na produção de rações, a Sopesa, como um dos maiores produtores de suínos do país ou o exemplo do conhecido sr. Barrigoto que é um dos maiores produtores do país”, exemplificou.
Além da pandemia da covid-19 e da guerra na Europa, o autarca, lembrou que também a seca, “que se vive há vários anos”, é “outro fator muito difícil para os agricultores” da região que estão “uma situação dramática”.
“A Barragem de Campilhas, a maior do concelho, se não é aquela que apresenta a menor quota de água em todo o país, com pouco mais de 4% nesta altura, é seguramente uma das que menor quota tem. Esta é uma situação dramática para a agricultura do nosso concelho e da nossa região”, referiu.
Por isso, voltou a considerar que “é absolutamente determinante que se avance rapidamente para as obras necessárias de ligação do Alqueva à Barragem do Monte da Rocha, barragem que situando-se no município vizinho de Ourique, é fundamental para a agricultura do nosso concelho e a ligação do canal de Morgavel à Barragem de Campilhas”.
No seu entender, trata-se de “infraestruturas há muito identificadas como fundamentais para o futuro agrícola da região e que com este período de seca maior importância ganharam”.
Por outro lado, sustentou, “é determinante que o Governo adote rapidamente medidas de apoio e de ajuda aos nossos agricultores para fazer face a esta seca severa e às consequências nefastas que ela acarreta, não apenas para os agricultores, mas apara a economia do nosso concelho e da região”.
“Numa altura em que tanto se fala na nossa capacidade de sermos autossustentáveis do ponto de vista agroalimentar, de modo a ficarmos cada vez menos dependentes de fatores externos, há que apostar nestes setores com políticas públicas que ajudem os nossos produtores, algo que infelizmente não tenho visto por parte deste Governo e, em particular, da ministra da agricultura”, criticou.