Autarca de Sines pede acessibilidades e reforço de políticas públicas
Escrito por Helga Nobre em 2 de Agosto, 2019
O vice-presidente da Câmara Municipal de Sines, Fernando Ramos (PS), disse esta semana que Sines é “provavelmente o único porto do mundo que não tem uma ligação rodoviária de nível superior” lamentando o impasse nos “investimentos estruturais” e “essenciais para o desenvolvimento do território”.
O autarca falava durante a apresentação dos projetos de expansão do Terminal XXI e de construção do futuro Terminal Vasco da Gama, no porto de Sines, numa cerimónia presidida pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
Para Fernando Ramos é necessário avançar com investimentos na rodo e na ferrovia.
“Investimentos estruturais, essenciais para o desenvolvimento do território, do ‘interland’ e da economia do mar conhecem ainda algum impasse sendo Sines, provavelmente, o único porto do mundo que não tem uma ligação rodoviária de nível superior”, referiu.
“No IC33, entre Relvas Verdes e Grândola, as contagens apontam para cerca de 1100 veículos pesado, dos quais mais de metade transportam mercadoria perigosa. Além dos constrangimentos de trânsito que a ausência de uma estrada com perfil adequado para a circulação de pesados, neste caso concreto, existe um problema de segurança rodoviária por solucionar”, criticou.
Na presença da ministra do Mar, o autarca recordou ainda que “o projeto da A26 foi abruptamente interrompido mas a conclusão da ligação de Sines à A2 é absolutamente essencial para que os projetos de expansão do porto possam maximizar os seus resultados”.
Por outro lado, acrescentou, a ligação ferroviária Sines- Madrid “virá não apenas contribuir para a competitividade do porto de Sines mas também para o paradigma da transição energética e para o alivio da carga rodoviária”.
“Estes dois investimentos, na rodo e na ferrovia, também se encontraram inscritos no PNI 2030 e é com enorme expetativa que aguardamos a sua concretização”, sublinhou.
No que respeita ao anuncio da criação de mais postos de trabalho para a região, com o investimento de 1,2 mil milhões de euros no porto de Sines, o vice-presidente do município de Sines, reiterou a necessidade de captação de recursos humanos e o reforço das políticas públicas nesta área.
“Do nosso ponto de vista há que reforçar as políticas públicas para que as qualificações prioritárias em cada território sejam definidas em função das necessidades concretas do mercado de trabalho. Precisamos de maiores sinergias entre os municípios, as universidades, institutos politécnicos, institutos públicos e as empresas do setor público e privado”, considerou.
Para que essa “união de esforços” gere resultados, Fernando Ramos defendeu que “os instrumentos de política publica têm de ter um carácter diferenciador que não se opere apenas pela exclusividade ou pela dicotomia litoral, interior”.