Arménio Carlos (CGTP) apela ao diálogo entre Galp e trabalhadores
Escrito por Helga Nobre em 14 de Fevereiro, 2019
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, apelou hoje ao “diálogo” com os sindicatos para resolver o conflito entre a Galp e os trabalhadores que estão em greve há 43 dias consecutivos.
Em declarações aos jornalistas, à margem da concentração que se realizou esta quinta-feira, o secretário-geral da intersindical lembrou que a greve dos trabalhadores já conduziu a “uma redução de 36 milhões de euros nas exportações” da empresa.
“Este dinheiro dava para resolver os problemas e as reivindicações que os trabalhadores apresentam, repor o contrato coletivo de trabalho, aumentar os salários de todos os trabalhadores, da Galp e da Martifer, assim como passar os trabalhadores desta empresa de prestação de serviços ao quadro de efetivos da Galp”, defendeu.
Acusando o Governo de ser “conivente” com a administração da Galp, Arménio Carlos afirmou que não basta dizer que se é contra o modelo de baixos salários e trabalho precário”, mas que é necessário “apresentar propostas” nesse sentido.
A concentração, convocada pelo Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) e pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), surgiu após um plenário de trabalhadores que apontou esta quinta-feira como “a data limite” para uma resposta da administração da empresa.
A greve na refinaria de Sines dura há 43 dias, tendo os trabalhadores, em plenário, decidido prolongar o ‘braço de ferro’ com a administração até ao final do mês de março.
No entanto, o novo pré-aviso só será emitido hoje (data limite) para “proporcionar à administração uma oportunidade para encetar uma negociação séria” com os representantes dos trabalhadores, referem, em comunicado, o Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero e a Fiequimetal.
Além de serem contra a caducidade da contratação coletiva na refinaria de Sines, os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e a reposição de direitos, como os prémios de produtividade e regularidade, regime de reformas, folgas e férias, e subsídios de infantários.